Enquanto veículos de imprensa em todo o mundo e algumas nações rotulam o Hamas como grupo terrorista, o governo brasileiro adjetiva de outra forma. Entenda a justificativa
Os recentes ataques do grupo extremista islâmico Hamas em uma festa rave em Israel, marcados por uma escalada de violência, trouxeram à tona uma questão em meio ao histórico conflito entre o Hamas e o exército israelense: a designação do Hamas como um grupo terrorista. Os ataques, que resultaram na perda de centenas de vidas civis e no sequestro de reféns, suscitaram debates globais sobre a classificação do Hamas como grupo terrorista.
Enquanto veículos de imprensa em todo o mundo e algumas nações rotulam o Hamas dessa maneira, a abordagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lamentou o episódio e chamou o ataque de terrorista, mas não estendeu esse adjetivo ao Hamas, está em linha com a posição do governo brasileiro.
O Palácio do Itamaraty emitiu um comunicado nesta quinta-feira (12), esclarecendo que o Brasil segue as avaliações do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na definição de grupos terroristas. Conforme a Carta da ONU, o Conselho de Segurança é o órgão responsável por manter a paz internacional e mantém listas de indivíduos e entidades considerados terroristas, incluindo organizações como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda.
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A nota do Ministério das Relações Exteriores reitera que o Brasil repudia o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, alinhando-se com os princípios das relações internacionais estabelecidos no Artigo 4º da Constituição. No entanto, apesar da definição da ONU, países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão e nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista.
Em contrapartida, a maioria dos países-membros da ONU, incluindo nações latino-americanas como o Brasil, México e Colômbia, juntamente com Noruega, Suíça, China e Rússia, seguem a definição atual da ONU, que não rotula o Hamas como um grupo terrorista. Essa abordagem neutra busca manter esses países como mediadores de conflitos e fortalecer sua capacidade de proteger seus cidadãos em áreas de conflito.
A nota do Itamaraty enfatiza que a posição do Brasil permite que o país contribua para a resolução pacífica de conflitos e a proteção de seus cidadãos em zonas de conflito, servindo como exemplo a Conferência de Anápolis em 2007, realizada nos Estados Unidos, em relação ao Oriente Médio.
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