No mês de junho, o Brasil registrou deflação, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entenda o que muda na economia
Você sabe o que é deflação? No mês de junho, o Brasil registrou deflação, indicando uma queda nos preços em comparação com maio. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em -0,08%.
Essa é a primeira vez no ano que a inflação fica abaixo de zero, sendo o menor resultado para um mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%. O resultado representa o quarto mês consecutivo de desaceleração da inflação. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. No acumulado do ano, o índice soma 2,87%, e nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses anteriores.
Os principais responsáveis pela deflação em junho foram os grupos de alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 ponto percentual e -0,08 ponto percentual, respectivamente, para o índice geral.
De acordo com o IBGE, os grupos de alimentação e bebidas e transportes têm grande influência na cesta de consumo das famílias, representando cerca de 42% do IPCA. O grupo de alimentação e bebidas foi influenciado principalmente pela queda nos preços dos alimentos em casa (-1,07%), destacando-se a redução nos preços do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já o custo da alimentação fora de casa teve um aumento menor (0,46%) em relação ao mês anterior (0,58%).
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No setor de transportes, a queda nos preços foi motivada pela redução nos valores dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%). Essa queda nos preços está relacionada às medidas adotadas pelo governo federal para reduzir o preço dos carros novos.
Os preços dos combustíveis também tiveram destaque em maio, com quedas expressivas no óleo diesel (-6,68%), no etanol (-5,11%), no gás veicular (-2,77%) e na gasolina (-1,14%). A gasolina, que é o item de maior peso individual no IPCA, teve um impacto de -0,06 ponto percentual.
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Deflação é um termo utilizado na área da economia para descrever uma queda geral e persistente nos preços dos bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. Em outras palavras, é a situação oposta à inflação, em que há uma diminuição contínua do nível geral de preços.
No entanto, nem todos os setores contribuíram para a deflação em junho. O grupo de habitação teve a maior contribuição para a alta de preços, com aumento de 0,69% e impacto de 0,10 ponto percentual. Esse aumento foi impulsionado pelo reajuste na tarifa de energia elétrica residencial (1,43%) e na taxa de água e esgoto (1,69%) em algumas áreas do país.
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A deflação registrada em junho pode influenciar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a iniciar um ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto. Economistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que a queda na inflação abre espaço para cortes na Selic, visando atingir a meta estabelecida pelo governo.
No entanto, é importante destacar que nem todos os efeitos da deflação são imediatamente perceptíveis para o consumidor. Embora o grupo de alimentação e bebidas tenha sido o principal responsável pelo recuo nos preços, as pessoas podem levar algum tempo para sentir o alívio no bolso.
A queda nos preços de itens como o óleo de soja pode gerar economia e aumentar o poder de compra, mas a percepção geral de que os alimentos ainda estão caros pode persistir, especialmente para aqueles que não fazem compras frequentes ou têm memória de preços mais altos.
Em relação ao cenário futuro, os economistas acreditam que a desaceleração dos preços deve continuar nos próximos meses, mas não necessariamente resultará em novas deflações. Algumas pressões de preços, como serviços e tarifas controladas, ainda podem se manter. Além disso, fatores externos, como questões climáticas e turbulências internacionais, podem afetar o mercado de alimentos e a economia como um todo.
No entanto, a expectativa é de que a inflação continue a migrar para o centro da meta estabelecida pelo Banco Central. Isso pode levar a uma redução na taxa Selic e impulsionar o crescimento econômico, proporcionando condições mais favoráveis para os consumidores. O próximo encontro do Copom está agendado para os dias 1º e 2 de agosto, quando será definida a taxa básica de juros.
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