Opinião foi expressa em resposta a cinco cardeais conservadores. Ele destacou a importância da “caridade pastoral” em todas as decisões e atitudes da igreja
O Papa Francisco aparentemente deixou uma porta aberta para a possibilidade de padres concederem bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que essas bênçãos sejam limitadas, avaliadas caso a caso e não sejam confundidas com cerimônias de casamento tradicional entre casais heterossexuais.
Essa opinião do Papa foi expressa em resposta a cinco cardeais conservadores representando diferentes partes do mundo, incluindo Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina. Essa troca de opiniões ocorreu como parte de um processo chamado “dúbia,” no qual os cardeais apresentaram uma série de perguntas sobre diversos temas à liderança da Igreja Católica.
Uma das questões específicas levantadas nesse diálogo envolveu o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que tem se tornado cada vez mais comum em países como a Alemanha, onde padres têm abençoado casais gays comprometidos em seus relacionamentos.
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As respostas cuidadosas de Francisco divergem da proibição explícita emitida pelo gabinete doutrinário do Vaticano em 2021. O Papa reafirmou que a Igreja mantém uma posição clara em relação ao sacramento do matrimônio, reservado para a união entre um homem e uma mulher, aberta à procriação. Ele também enfatizou que a Igreja deve evitar qualquer ritual que contrarie essa doutrina.
No entanto, o Papa destacou a importância da “caridade pastoral” em todas as decisões e atitudes da Igreja, enfatizando que os líderes religiosos não devem se limitar a negar, rejeitar ou excluir. Ele reconheceu que, em algumas situações, as bênçãos podem ser uma forma de as pessoas se aproximarem de Deus e buscarem vidas melhores, mesmo que envolvam atos considerados "objetivamente moralmente inaceitáveis".
É importante observar que a Igreja Católica ensina que a atração por pessoas do mesmo sexo não é pecado, mas a prática de atos homossexuais é vista como contrária à doutrina da Igreja.
Francisco também ressaltou que qualquer eventual concessão de bênçãos a casais do mesmo sexo não deve se tornar a norma ou receber aprovação explícita das jurisdições da Igreja, como dioceses e conferências nacionais de bispos.
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