Confederação destaca a necessidade de reformas tributárias e redução dos juros para destravar a economia. Estimativa de consumo das famílias brasileiras foi revisada para cima
Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a projeção de crescimento da economia brasileira foi elevada de 1,2% para 2,1% devido ao desempenho positivo do agronegócio. No entanto, a CNI alerta para os desafios enfrentados pelos demais setores da economia, que estão em desaceleração ou encolhendo. A confederação destaca a necessidade de reformas tributárias e redução dos juros para destravar a economia.
Enquanto a agropecuária deve registrar um crescimento expressivo de 13,8% impulsionado pela produção recorde de alimentos, a indústria em geral deve expandir-se apenas 0,6%. Há também disparidades no setor industrial, com a indústria da construção projetada para crescer 1,5%, enquanto a indústria da transformação enfrenta uma estimativa de encolhimento de 0,9% devido aos juros elevados.
A CNI ressalta a falta de competitividade da indústria brasileira, atribuída à complexidade do sistema tributário e à escassez de crédito causada pelos altos juros. No entanto, a entidade considera positivas as perspectivas devido ao avanço da reforma tributária e à provável redução da taxa Selic no segundo semestre, contribuindo para uma melhora na economia.
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Além das reformas tributárias e da redução dos juros, a CNI pede ao governo que acelere a implementação de uma política industrial inovadora e sustentável para que o país possa se inserir nas cadeias globais de produção. No que diz respeito à inflação, a CNI projeta que o IPCA encerrará o ano em 4,9%, o que ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.
A recuperação do mercado de trabalho também é esperada, com a taxa média de desemprego estimada para cair de 9% para 8,3%. A estimativa de consumo das famílias foi revisada para cima, com um aumento previsto de 1,8% em 2023, impulsionado pela recuperação parcial do crédito e pelo aumento do valor do Bolsa Família, estimulando as compras em mercados e farmácias.
Quanto aos juros, a CNI estima que a taxa Selic encerrará o ano em 11,75%, com uma redução de dois pontos percentuais em relação à taxa atual de 13,75%. A previsão para o câmbio é de que o dólar comercial encerre o ano em R$ 4,90, em comparação à projeção anterior de R$ 5,35.
A confederação também aumentou a estimativa de superávit da balança comercial para este ano, passando de US$ 55,7 bilhões para US$ 62,4 bilhões. Quanto às contas públicas, a CNI manteve a projeção de déficit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
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