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Quem matou Bruno e Dom na Amazônia? Confira o que se sabe até agora sobre o caso

Após mais de 10 dias, o caso Bruno e Dom ainda precisa de respostas, mas dois irmãos foram presos pela suspeita do assassinato dos defensores da Amazônia. Entenda o caso

Caso Bruno e Dom: brasileiro indigenista e jornalista lado a lado
Caso Bruno e Dom: brasileiro indigenista e jornalista lado a lado - Divulgação

MYLENA LIRA | REDACAO@JCCONCURSOS.COM.BR
Publicado em 16/06/2022, às 20h07

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Após mais de 10 dias, o caso Bruno e Dom ainda precisa de respostas. Até o momento, a Polícia Federal (PF) não comunicou oficialmente o que teria motivado as mortes do jornalista Dom Philips, correspondente do jornal britânico The Guardian, e do brasileiro indigenista Bruno Pereira. O avião da PF chegou em Brasília por volta das 18h30 de hoje (16) com os remanescentes humanos encontrados ontem, 15 de junho.

Os restos mortais serão periciados pelo Instituto Nacional de Criminalística para confirmar a identidade. O resultado do laudo, que também deve informar a causa da morte, estará disponível em até 10 dias. As vítimas defendiam os direitos humanos e a preservação da Amazônia e estavam desaparecidas desde o dia 5 de junho de 2022, na região do Vale do Javari, no oeste do estado do Amazonas.

A área da reserva indígena do Vale do Javari é a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. A região é marcada por conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal. Segundo o Correio Braziliense, "o brasileiro orientava moradores a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena — como pesca ilegal, mineração e exploração de madeira — e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever".

Quem matou Bruno e Dom?

Dois suspeitos estão presos: o pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como "Pelado”, e seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos". Porém, só Amarildo confessou o assassinato, que teria ocorrido mediante disparo de arma de fogo: uma espingarda calibre 16. Depois, os corpos foram queimados e enterrados. Foi ele quem indicou à polícia o local exato onde enterrou os restos mortais e também informou onde afundou a embarcação das vítimas. O envolvimento de uma terceira pessoa não é descartado.

Sem a confissão, a Polícia Federal disse que demorariam para encontrar os remanescentes humanos. Além disso, o desfecho do caso foi possível graças ao auxílio dos indígenas da região, que contribuíram com as buscas de forma voluntária. A ação contou com o trabalho do Exército, da Marinha e da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), além da PF.

De acordo com fontes que atuam na investigação, conforme publicação do G1, a versão mais crível seria a de que Amarildo matou Bruno e Dom porque foi flagrado fazendo pesca ilegal no rio e temia ser deunciado por eles, que teriam tirado foto da ação. Uma das linhas de investigação indicaria uma rixa entre os pescadores e o brasileiro. Contudo, uma segunda linha suspeita da existência de um mandante que pagou para matar as vítimas.

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ONU cobra ação do governo Bolsonaro

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou comunicado no qual pede que o Brasil repare as famílias das vítimas deste brutal ato de violência: "apelamos às autoridades do Estado para que assegurem que as investigações sejam imparciais, transparentes e minuciosas", ressaltou.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que Bruno e Dom acessaram uma região inóspita na Amazônia e não cuidaram da própria segurança. Porém, hoje, o candidato à reeleição lamentou as mortes ao comentar no Twitter uma postagem da Funai (Fundação Nacional do Índio). "Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!", afirmou sem citar o nome das vítimas.

"Exortamos as autoridades brasileiras a aumentar os seus esforços para proteger os defensores dos direitos humanos e os povos indígenas de todas as formas de violência e discriminação, tanto por atores estatais como não estatais, e a tomar medidas para prevenir e proteger os territórios indígenas de incursões de atores ilegais, incluindo o reforço dos organismos governamentais responsáveis pela proteção dos povos indígenas e do ambiente (Funai e Ibama)", diz outro trecho da nota da ONU.

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