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Shein quer fábrica "made in Brasil" para exportar para a América Latina

A Shein destaca que irá fazer um investimento de R$ 750 milhões no Brasil nos próximos três anos, que pode gerar cerca de 100 mil empregos

Shein quer fábrica "made in Brasil" para exportar para a América Latina
Divulgação
Victor Meira

Victor Meira

victor@jcconcursos.com.br

Publicado em 22/04/2023, às 12h14

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Após o governo federal manifestar a intenção de taxar os produtos internacionais de até US$ 50, o que foi revogado devido à repercussão negativa, a Shein, gigante chinesa de fast fashion, anunciou seus planos de estimular a produção de roupas no Brasil. 

Segundo comunicado da empresa, a Shein pretende investir R$ 750 milhões na produção têxtil brasileira, com a criação de aproximadamente 100 mil empregos em três anos, por meio de parcerias com cerca de 2 mil fábricas. No entanto, o comunicado não detalha como será esse investimento e como a Shein planeja tornar seus custos de produção competitivos em relação às importações da China e Ásia.

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Na quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que se reuniu com representantes da Shein, atendendo a um pedido da própria empresa, para reforçar que a empresa está disposta a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e fazer o necessário para normalizar as relações com o Ministério da Fazenda. 

Haddad afirmou ter recebido uma carta formal da Shein com compromissos de nacionalizar, em quatro anos, 85% das vendas com produtos fabricados no Brasil. "É algo muito importante para nós que eles vejam o Brasil não apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção", declarou o ministro.

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Shein “made in Brasil”

Com o anúncio de abertura de uma fábrica no Brasil, a Shein pretende tornar o país um polo de produção da marca e de exportação para a América Latina, conforme divulgado pela empresa. A gigante chinesa também planeja fornecer tecnologia e treinamento aos fabricantes brasileiros para "atualizarem seus modelos atuais de produção para o modelo sob demanda da Shein". 

Segundo o comunicado, isso permitirá aos produtores locais gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque, resultando em maior agilidade para atender à demanda do mercado.

De acordo com a Shein, o modelo conhecido como onshoring (produção no mercado local onde o produto será consumido) contribuirá para o consumo local e para a competitividade geral da indústria têxtil, com potencial para aumentar as exportações. 

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Além disso, a Shein inaugurou seu primeiro escritório no Brasil, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, esta semana. O escritório possui 1,6 mil metros quadrados e 200 estações de trabalho, e a empresa tem acelerado a locação de galpões no Brasil em 2023, atualmente totalizando 80,1 mil metros quadrados.

A Shein também tem realizado testes no varejo físico, como a instalação de lojas temporárias em São Paulo e Rio de Janeiro no ano passado, e a abertura de um espaço em Salvador neste ano no mesmo modelo. A ideia é abrir mais cinco lojas temporárias ainda este ano. 

Segundo uma pesquisa da consultoria NIQ Ebit, em 2022, 36% dos usuários de e-commerce no Brasil realizaram compras na Shein.

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