Governo peruano declarou uma emergência nacional de saúde para conter a propagação e garantir a assistência adequada aos afetados
O Peru está enfrentando uma situação alarmante com o surto incomum de casos da Síndrome de Guillain-Barré, uma condição neurológica grave. Em resposta a quatro mortes relacionadas à doença, o governo peruano declarou uma emergência nacional de saúde para conter a propagação e garantir a assistência adequada aos afetados.
A Guillain-Barré é uma doença rara no qual o sistema imunológico erroneamente ataca o sistema nervoso periférico, resultando em inflamação dos nervos e fraqueza muscular progressiva. Em casos mais graves, pode levar à paralisia, colocando a vida dos pacientes em risco, especialmente quando os músculos respiratórios são afetados ou há um descontrole significativo da pressão arterial.
Segundo o neurologista Felipe Barros, do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, os primeiros sintomas da síndrome geralmente incluem fraqueza muscular nos membros inferiores, mas podem se espalhar para outras partes do corpo. Além disso, os pacientes podem apresentar formigamento, dormência e dores musculares. À medida que a doença progride, a fraqueza muscular se intensifica e pode comprometer a capacidade respiratória.
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O tratamento da Síndrome de Guillain-Barré é focado no manejo dos sintomas e na prevenção de complicações. Geralmente, envolve terapia de suporte, fisioterapia e, em casos graves, o uso de imunoglobulina intravenosa ou plasmaférese para controlar a resposta imunológica desregulada.
Embora ainda não se conheça a causa exata desse surto no Peru em 2023, é importante ressaltar que em 2019 ocorreu uma situação semelhante no país. Naquela ocasião, o surto foi associado ao enterovírus, que causou diarreia e acabou desencadeando a Guillain-Barré em algumas pessoas. Portanto, é possível que a situação atual seja semelhante.
Quanto à possibilidade de a epidemia atingir o Brasil, o médico Felipe Barros afirmou ao 'VivaBem Hoje' que não se pode descartar essa hipótese, mas, até o momento, está fora do horizonte. Segundo ele, um surto dessa infecção requer uma combinação entre o vírus e o código genético da população afetada. Nesse sentido, não é possível ter certeza de que, se essa cepa chegar ao Brasil, haverá um surto da doença.
A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença que apresenta uma variedade de sintomas, sendo o mais comum a sensação de dormência ou queimação nos pés e pernas, que progride para as mãos e braços. Essa fraqueza inicial nos membros inferiores se estende para os superiores, culminando em uma fraqueza progressiva que pode afetar até mesmo a cabeça e o pescoço.
Em casos mais graves, a doença pode levar à paralisia dos quatro membros. Além da fraqueza e paralisia, existem outros sintomas associados à síndrome. Esses incluem sonolência, confusão mental, crises epilépticas, perda de coordenação muscular, visão dupla, fraqueza facial, tremores, diminuição ou perda do tônus muscular e coceira nos membros.
É de extrema importância que pacientes com esses sintomas busquem atendimento médico imediato. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de centros de reabilitação e segue um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas específico para a Síndrome de Guillain-Barré.
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