Após a restrição do uso do canabidiol, a maconha medicinal, médicos, pacientes e familiares realizam protesto no Conselho Federal de Medicina (CFM), responsável pela medida
Acontece nesta sexta-feira (21) um protesto em frente ao Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, contra a resolução 2.324/2022 proposta pelo CFM. A medida da entidade proíbe que médicos receitem maconha medicinal (canabidiol) para outras doenças, restringindo para apenas dois tipos de epilepsia. Especialistas apontam que a restrição do uso do canabidiol (CBD) é preocupante, representando um retrocesso.
A manifestação foi realizada por pacientes portadores de doenças que eram tratadas com canabidiol, bem como seus familiares, além de médicos. A mudança na resolução foi determinada pelo CFM no último dia 14 de outubro, oito anos depois de sua última diretriz sobre o uso da maconha medicinal.
Revogando os avanços alcançados ao longo dos últimos anos, a nova resolução, mais restritiva, além de proibir receitar o medicamento para outros quadros que não sejam de epilepsia, também censura quaisquer outros derivados da cannabis sativa que não seja o canabidiol, como o THC (tetrahidrocanabinol), por exemplo, outro componente da planta.
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A maconha medicinal (canabidiol) já é utilizada no tratamento de diversas doenças ao redor do mundo, incluindo desde quadros de transtornos do espectro autista até depressão e ansiedade.
Segundo os especialistas, a resolução da relatora Rosylane Rocha, impede a continuidade do tratamento de pacientes que já estão utilizando produtos de cannabis no Brasil, muitas vezes como única alternativa.
Recentemente, em decisão inédita no país, o Supremo Tribunal de Justiça permitiu o cultivo de maconha para três pessoas, após analisar recursos de pacientes e familiares que já faziam o uso do medicamento, mas que queriam estar em conformidade com a Lei de Drogas.
Especialistas apontam contradição na nova resolução, já que impede a emissão de receita para uso do Metavyl, o único medicamento à base de componentes da cannabis aprovado e comercializado no Brasil. O Metavyl é voltado para o tratamento da esclerose múltipla e tem adeptos famosos que foram diagnosticados com a doença neurodegenerativa.
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De acordo com a Kaya Mind, empresa que analisa o cenário do mercado da planta, derivados da maconha medicinal são utilizados no tratamento de diversas condições médicas, devido suas propriedades:
Ainda segundo a empresa, cerca de 26 condições médicas podem ser tratadas com o canabidiol, são elas:
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