Mais um jovem morreu durante exercício físico, no Ceará. Casos semelhantes aconteceram no Brasil nos últimos dias. Saiba como se prevenir
Glícia Lopes* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 29/06/2022, às 22h00
Há menos de uma semana tivemos a notícia de que um candidato do concurso da Polícia Civil do Rio de Janeiromorreu durante exercício físico, realizando o Teste de Aptidão Física (TAF). Apesar de possuir laudo médico para a realização da prova, o competidor Fábio Henrique Silva, de 41 anos, morreu após passar mal. Fábio chegou a receber atendimento, mas não resistiu.
Dias anteriores à morte de Fábio, outra concurseira também faleceu durante o TAF, desta vez concorrendo a uma vaga no Exército Brasileiro. Segundo nota da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste (CML), a candidata passou mal durante uma das fases do exame. Ingrid Balbino recebeu os primeiros socorros no local, foi enviada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas seu quadro agravou e ela veio a óbito.
Casos de morte durante exercícios físicos não param de surgir. Dessa vez, um aluno de uma academia localizada em Juazeiro do Norte, no Ceará, morreu durante exercício físico. O óbito aconteceu nesta quarta-feira (29) e foi confirmado pelo estabelecimento onde faleceu Manoel Luis dos Santos Filho. Segundo a academia, o aluno caiu desacordado, chegando a ser socorrido pelo personal trainer, mas já havia morrido.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, “a morte súbita relacionada ao exercício e ao esporte (MSEE) pode ser definida como a morte que ocorre de modo inesperado, instantaneamente ou não.” Se enquadra nestes casos, a morte que ocorre de 6 a 24 horas após o exercício físico realizado.
Apesar dos últimos casos terem ocorrido em pouco intervalo de tempo, a morte súbita decorrente da prática de esporte ou outro exercício físico é considerada rara. Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, em pessoas com menos de 35 anos de idade, as causas mais comuns são as cardiopatias congênitas, predominando a cardiomiopatia hipertrófica.
Já nas pessoas com idade superior a 35 anos, a doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa do mau súbito. Ainda de acordo com a Diretriz, há a estimativa de que cerca de 90% das vítimas de mau súbito possuam essa doença. Alguns têm conhecimento da cardiopatia (doença do coração) quando são acometidos pela morte súbita, outros ainda não tiveram o diagnóstico.
Para a Diretriz, a maioria dos casos podem ser detectáveis, por meio da realização de exames clínicos e outros complementares que podem, assim, evitar o mal súbito. Para a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a principal estratégia nesses casos é a prevenção, com a realização de exames, a fim de avaliar se os competidores e atletas estão aptos à prática sistemática de exercícios.
É importante avaliar a estrutura do local onde serão realizados os exercícios, dos locais de treinamento e competição, sempre deixando à disposição dos competidores e atletas, um serviço de pronto atendimento, incluindo parada cardiorrespiratória, a fim de atender situações de emergências e evitar agravamento dos casos em que há necessidade de espera de atendimento.
*Estagiária sob supervisão da jornalista Mylena Lira
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