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O jovem e o desafio da globalização

Em outubro do ano passado, no calor da campanha presidencial, o professor José Pastore assinou um artigo...

Redação
Publicado em 10/04/2007, às 10h51

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Luiz Gonzaga Bertelli*

Em outubro do ano passado, no calor da campanha presidencial, o professor José Pastore assinou um artigo primoroso, que não teve o destaque merecido. Inicialmente, ele colocou o volume de geração de empregos entre 1992 e 2004 no patamar correto de 17,5milhões de novos postos de trabalho, citando como fonte o insuspeito Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e criticando o viés eleitoral, que tende a distorcer as estatísticas até mesmo quando os candidatos tratam de temas sérios, como a questão do emprego. Enfocando os números do primeiro governo Lula, Pastore ressalvou que o próprio Ministério do Trabalho reconheceu que 45% dos postos de trabalho formalizados em 2005 se deveram à ação da fiscalização (importante, "mas que, sozinha, é impotente para gerar os bons empregos de que o Brasil precisa") e que, com pequenas quedas esporádicas, a informalidade geral (empregados, empregadores e conta própria) se manteve sempre acima de 50% da população economicamente ativa, durante todo o primeiro governo Lula.
Com o desemprego resistindo em torno dos 10%, Pastore – o mais conceituado especialista brasileiro em relações do trabalho – repetia que não há milagres, pois bons empregos dependem de bons investimentos, boa educação e boa legislação e "nada disso mudou nos últimos anos, o que explica o marasmo do mercado de trabalho", num cenário que prejudica especialmente os perto de 2 milhões de jovens que todos os anos iniciam a maratona em busca de uma oportunidade profissional.
No mesmo dia em que o artigo de Pastore foi publicado, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgava um estudo, indicando que, enquanto crescia o fluxo de investimentos no mundo entre 2004 e 2005, o Brasil registrava tendência inversa, com queda de 17% de capitais externos destinados à produção, aparecendo na 14ª colocação no ranking internacional com 15,1 bilhões de dólares captados, bem atrás da China, que dava um salto espetacular para o 3º lugar, com 72,4 bilhões.

Atores mundiais - O mesmo estudo mostra que as multinacionais dos países em desenvolvimento se transformam em atores da economia globalizada, respondendo por 15% dos investimentos no setor privado mundial. E aqui também o Brasil, que havia liderado essa lista na década de 1980-90, ocupa o sexto lugar em estoque de capital no exterior e, o que é pior, 65% desses recursos estão abrigados em paraísos fiscais. A Unctad considera que, como estratégia, muitas empresas estão se internacionalizando para sobreviver à acirrada competição ou para garantir suprimentos de commodities e energia. Com investimentos estimados em 120 bilhões de dólares em 2005 e faturamento na casa do 1,9 trilhão de dólares, não é difícil entender de onde saem os recursos para financiar a expansão das empresas e os altos investimentos em educação que marcam os países asiáticos e lhes garantem invejáveis taxas de expansão do PIB, ainda mais apetitosas quando comparadas aos pífios 2,9% que o País cresceu no ano passado.

O caso da China continua sendo exemplar. Quase trinta anos depois da reforma que abriu suas herméticas fronteiras econômicas, as consultorias Merril Lynch e CapGemini estimam que o governo bancou estudo no exterior para quase 800 mil estudantes. O resultado se fez sentir quando parte deles resistiu às atraentes ofertas de emprego nos países estrangeiros e retornou, equipada com competências técnicas e administrativas de ponta, que deram suporte à fundação de novas empresas, gerando o dinamismo econômico que leva os investidores estrangeiros a despejar capitais no país. Resultado: riqueza em mãos particulares em volume sem precedentes (especialistas admitem a existência de mais de 300 mil milionários na "nova" China).

Fôlego para crescer - Esse rápido painel das tendências que movem a economia globalizada e beneficia, em larga escala, as nações que sabem tirar proveito do momento atual evidencia, mais uma vez, a importância da qualidade do chamado capital humano como motor do desenvolvimento sustentado e de bom fôlego. Infelizmente, os brasileiros pouco podem esperar do sistema de ensino, com nossa educação de reconhecida má qualidade. Portanto, a esperança de que nossos jovens recebam a adequada capacitação profissional para responder aos desafios da nova economia reside, principalmente, na ação responsável das empresas e os efeitos benéficos dos programas de estágio bem conduzidos. Nesse esforço, as organizações contam com o apoio e a experiência do CIEE, que em quatro décadas já encaminhou quase 7 milhões de estudantes para estágio prático nas empresas, com resultados valiosos para as duas partes. A par de possibilitar que cumpram sua parcela de responsabilidade social, o estágio jamais pode ser considerado um investimento a fundo perdido. Ao contrário, com uma taxa de efetivação de 64% dos estagiários (medida pelo instituto TNS InterScience), o estágio é uma das mais rentáveis fontes de recrutamento e treinamento de novos talentos.


*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da Fiesp.

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