Inicialmente, entre as exigências da Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia estão a desmilitarização dos ucranianos, o reconhecimento da Crimeia como território russo e, principalmente, que o país vizinho desista de ingressar na Otan
Mylena Lira | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 13/03/2022, às 13h45 - Atualizado às 14h29
Após 18 dias de conflito armado, avançam as negociações entre Rússia e Ucrânia para chegar a um acordo de cessar-fogo. Os países sinalizaram neste domingo (13) que o fim da guerra na Ucrânia pode estar perto do fim. Um dos negociadores da Rússia afirmou que foram feitos progressos significativos em busca de uma solução e, em breve, as delegações dos países devem chegar a uma “posição conjunta”, segundo informação repassada pela agência de notícias russa RIA.
O mesmo posicionamento foi adotado pelo lado ucraniano. Mykhailo Podolyak, negociador e conselheiro do presidente da Ucrânia, postou um vídeo em suas redes sociais no qual afirma que “a Rússia já está começando a falar de forma construtiva. Acho que vamos alcançar alguns resultados, literalmente, em questão de dias." Podolyak ressaltou que os russos perceberam que a Ucrânia não vai ceder, a princípio, a nenhuma posição, mas deve haver progresso nas conversações com Moscou nos próximos dias.
Inicialmente, entre as exigências da Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia estão a desmilitarização dos ucranianos, o reconhecimento da Crimeia como território russo e a “desnazificação” do Estado ucraniano. Além disso, pretende barrar a entrada da Ucrânia na Otan para que o país vizinho não receba mais armas de seus aliados ocidentais. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma aliança militar internacional fundada em 1949 e que tem entre os países-membros os Estados Unidos e nações da União Europeia, como a Alemanha, a Itália e a França.
Russos e ucranianos divergem sobre o número de mortes provocadas pela ofensiva militar da Rússia. De acordo com o último balanço divulgado em 11 de março pela Organização das Nações Unidas (ONU), 564 civis morreram na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro. Cerca de mil pessoas ficaram feridas. Já o número de refugiados que deixaram o país do leste europeu ultrapassaria a marca de 2,5 milhões. A maioria fugiu para as nações vizinhas: Polônia e Hungria.
A declaração de possível acordo para o fim da guerra na Ucrânia não impediu novos ataques. Neste domingo (13), ao menos 35 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feriadas em decorrência de bombardeio da Rússia na fronteira com a Polônia. O ataque foi feito com o disparo de vários mísseis de longo alcance e foi o mais próximo a um país membro da Otan, o que pode provocar uma reação por parte dos aliados.
No local atacado está o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança, onde os instrutores da Otan dão formação a militares ucranianos. A base militar, a 15 quilômetros da fronteira com a Polônia, poderia ser também um dos locais secretos onde estavam armazenadas algumas das armas que têm sido cedidas pelos aliados do Ocidente à Ucrânia.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, usar armas químicas a Otan vai reconsiderar a sua decisão de não intervir militarmente no conflito. “Todos esperamos que ele não se atreva a fazer isso. Mas se ele usar armas de destruição em massa, isso seria uma mudança no jogo”, resaltou.
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Entre os principais motivos que levaram a Rússia a atacar o país vizinho está o fato da Ucrânia ter manifestado interesse em fazer parte da Otan. Putin consideraria o ingresso da Ucrânia na Otan uma ameaça à segurança do país. A Ucrânia fazia parte da União Soviética, extinta em 1991, e era um pedaço importante da URSS por ter a segunda maior população.
O interesse da Rússia seria preservar sua influência nessa região. O artigo 5º da Carta da Otan, que trata de defesa mútua, afirma que qualquer ataque a um dos membros será considerado um ataque a todos os membros. Assim, caso a Ucrânia já fizesse parte da Otan neste momento, por exemplo, os aliados poderiam intervir militarmente no conflito em defesa dos ucranianos.
*com informações da Agência Brasil
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