Por conta da Guerra na Ucrânia, a tendência é gerar uma inflação ainda maior no Brasil por causa dos preços dos combustíveis e alimentos
Antes da Guerra na Ucrânia, o Brasil enfrentava algumas dificuldades econômicas, cuja inflação está na casa dos dois dígitos e uma alta na taxa de juros, a Selic. Contudo, é preciso destacar que o país conseguiu recuperar no ano passado grande parte das perdas em 2020, que foi fortemente afetado pelo início da pandemia de covid-19.
O conflito militar entre Rússia e Ucrânia está provocando um temor geral mundo, com os efeitos das sanções aplicadas contra os russos e a sua possível retaliação contra o ocidente. Mas como será que isso afeta o seu bolso?
Os russos são um dos principais parceiros comerciais dos brasileiros, sendo o 6º país que mais exporta para cá. As sanções devem promover um alto generalizado dos preços.
Os principais produtos comercializados entre os países são aqueles relacionados com o agronegócio, principalmente trigo, milho e os fertilizantes. Com o comércio entre eles afetado, a tendência é um aumento nos preços das commodities agrícolas.
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Outro fator que está influenciando o debate econômico no país é a questão dos combustíveis, sobretudo petróleo e gás natural. O continente europeu é bastante dependente das commodities energéticas dos russos. Segundo especialistas da área de petróleo, quase metade do petróleo e gás usados na Europa tem origem russa.
Com a aliança entre a Rússia e a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a tendência é a manutenção atual da produção de petróleo. Assim, os preços devem escalonar ainda mais como consequência das sanções contra a Rússia.
Ontem (08), o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que irá fechar os portos americanos para importação do petróleo russo. Além disso, o governo britânico informou que deve eliminar as importações de petróleo e seus derivados até o final de 2022.
Estes fatos devem impulsionar ainda mais o preço do barril de petróleo tipo Brent, referência global para negociações do ouro negro. O barril do tipo Brent aumentou 6,84% e fechou, ontem, a US$ 131,64 em termos nominais, o maior valor desde 2008.
O conflito deve produzir impactos na economia brasileira com um aumento maior ainda nas taxas de inflação, puxadas pelas possíveis altas dos combustíveis (que promove um efeito cascata na precificação de todos os produtos na economia) e alimentos.
Com a inflação alta, o Banco Central deve manter a política de aumento da taxa de juros para controlar a inflação. Anteriormente, a expectativa do BC era promover mais um aumento na Selic, na casa dos 12% ao ano, e com a queda da inflação prevista no segundo semestre, iniciar um movimento de arrefecimento nos juros. Entretanto, as consequências da guerra devem adiar os planos originais do Bacen.
Outra consequência do conflito é a cotação do dólar. A moeda norte-americana estava enfrentando uma onda de desvalorização desde o início de 2022, mas com o início do conflito entre russos e ucranianos já provocou uma inversão no gráfico.
Quando a guerra começou, o dólar estava cotado a R$ 5,01 e chegou até R$ 5,16, uma valorização de 2,90% em apenas dois dias. Apesar disso, a moeda americana voltou a cair e hoje está na casa dos R$ 5,06, mas ainda maior do que antes do conflito.
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