Fevereiro tem queda de quase 16% na produção de veículos; saiba o que fez impulsionar uma retração no setor da indústria. Conheça os fatores
Jean Albuquerque | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 08/03/2022, às 17h00
A produção de veículos teve queda de quase 16% em fevereiro quando comparado ao mesmo período em 2021, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (8) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em São Paulo. No mês passado, foram montados 165,9 mil unidades, em comparação ao mês de janeiro de 2022, o número chega a representar uma alta de 14,1%.
De acordo com o presidente da Anfavea, Luis Carlos Moraes, a indústria ainda passa por dificuldades ainda do ano passado. “O número está em linha com o que a gente imaginava, enfrentando desafios pela [variante] Ômicron e também pela falta de componentes”, justificou.
Também houve retração de 22,8% em relação à venda de veículos novos em fevereiro quando comparado ao mesmo mês do ano passado. Foram emplacadas 129,3 mil unidades no segundo mês de 2022.
Um dos principais fatores para o recuo na produção de veículos no setor da indústria foi impulsionado pela falta de componentes ocasionado por conta da pandemia de Covid-19, o que dificultou o avanço de fábricas.
A produção de automóveis e veículos leves teve recuo de 16,9% em fevereiro quando comparado ao mesmo período de 2021, com a fabricação de 152,6 mil unidades. Essa categoria também sofreu retração de 24% em relação ao mesmo mês no ano passado, com a comercialização de 120,4 mil unidades. Já a fabricação de caminhões reduziu 3,5% em comparação com o mesmo período de 2022, com a produção de 11,4 mil unidades. No entanto, as vendas tiveram alta de 2,1% ao serem comercializadas 7,9 mil unidades.
Com a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que foi anunciada pelo governo federal no final do mês passado, a estimativa é de que possa haver uma diminuição entre 1,7% e 4,1% no preço final para as categorias de veículos.
Embora a produção tenha diminuído em comparação a fevereiro de 2021, as exportações tiveram alta de 25,4%, com a venda de 41,4 mil unidades para o exterior. O presidente da Anfavea acredita que parte da elevação no mês se deve às cargas que não conseguiram ser embarcadas em janeiro e só puderam seguir para seus destinos no mês seguinte.
Moraes ainda destaca que não é possível estimar quais serão os impactos causados no setor da indústria automobilística do país com a Guerra na Ucrânia. “É muito cedo para colocar números que o impacto da guerra pode ter sobre o Brasil ou o setor automotivo”, ressaltou.
Entre os possíveis riscos, estão a alta no preço de commodities e aumento da escassez de semicondutores produzidos pela Ucrânia e Rússia, importantes produtores de paládio e gás neônio. Além de inflacionar o valor dos fretes aéreos e marítimos com a alta dos combustíveis.
* Com Agência Brasil
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