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Corrupção na Polícia de SP DESPENCA com uso de câmeras

Relatório divulgado nesta terça (16) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Unicef aponta para diminuição da corrupção na Polícia de SP

Policial com câmara acoplada ao uniforme
Policial com câmara acoplada ao uniforme - Divulgação JC Concursos
Jean Albuquerque

Jean Albuquerque

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 16/05/2023, às 17h45

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A implementação das câmeras corporais pela Polícia de SP teve um impacto significativo não apenas na redução do número de mortes durante operações policiais, mas também na diminuição das denúncias de corrupção na polícia, que apresentaram uma queda de 52%. 

Esses dados foram compilados em um relatório divulgado nesta terça-feira (16) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Para se ter uma ideia, no ano de 2019, que precedeu a adoção das câmeras corporais, a Corregedoria da Polícia Militar e a Ouvidoria de Polícia receberam um total de 273 denúncias relacionadas à corrupção e concussão. Em 2022, com a implementação das câmeras corporais nos uniformes dos policiais, o número de denúncias foi reduzido pela metade, chegando a 132.

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Câmeras foram incorporadas pela PM de SP em 2020

As câmeras corporais foram incorporadas pela PM de São Paulo a partir de 2020, como parte do Programa Olho Vivo. Essas câmeras gravam de forma automática e contínua, ou seja, não podem ser desligadas pelos policiais.

De acordo com o trecho do relatório intitulado "As câmeras corporais na PM do Estado de São Paulo", policiais corruptos e que se envolvem em práticas ilícitas durante o expediente têm menos chances de fazê-lo quando sabem que estão sendo gravados, pois isso poderia resultar em provas contra si.

Diminuição da letalidade policial

Metade dos batalhões da Polícia Militar de São Paulo já implementaram câmeras corporais. Em 2019, esses batalhões foram responsáveis por 70% das mortes causadas pela polícia. O estudo também comparou o número de mortes causadas pela polícia nos batalhões com e sem câmeras corporais.

Nos batalhões onde as câmeras foram implementadas, houve uma redução de 76% nas mortes causadas pela polícia entre 2019 e 2022, de acordo com o relatório. O número de vítimas caiu de 478 para 114.

Por outro lado, nos batalhões que ainda não utilizam câmeras corporais, a redução das mortes foi significativamente menor, de 33%, também entre 2019 e 2022. O número de vítimas diminuiu de 219 para 146.

Além disso, o número de policiais mortos durante o serviço também diminuiu após a adoção das câmeras, de 14 para 6, entre 2019 e 2022. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, estima-se que aproximadamente 184 mortes tenham sido evitadas nos 62 batalhões participantes do Programa Olho Vivo desde o início da implementação, em agosto de 2020, até dezembro de 2022.

Um dado relevante é que crianças e adolescentes corriam mais riscos de serem mortos pela polícia em São Paulo. A redução das mortes nessa faixa etária teve início em 2018, antes mesmo da implementação das câmeras corporais. No entanto, a maior redução de mortes de adolescentes pela polícia ocorreu em 2021, quando o uso das câmeras foi intensificado.

Ainda segundo o relatório, o uso de câmeras corporais pela polícia está associado a uma queda significativa nas mortes decorrentes de intervenção policial, o que tem um impacto relevante na proteção de adolescentes e jovens contra a violência policial, já que esse grupo populacional é afetado nas ocorrências envolvendo policiais em São Paulo.

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