Os preços praticados no Brasil eram vinculados aos preços internacionais do petróleo. Petrobras ainda levará em consideração o mercado internacional; entenda
A Petrobras encerrou a política de Preço de Paridade Internacional (PPI) que estava em vigor há mais de seis anos. A estatal anunciou a adoção de um novo modelo para determinar os preços dos combustíveis, resultando em quedas nos preços do diesel, gasolina e gás de cozinha. Mas o que isso significa na prática?
Até agora, os preços praticados no Brasil eram vinculados aos preços internacionais do petróleo, com base no preço do barril de petróleo tipo Brent, calculado em dólar. Além disso, eram considerados custos como frete de navios, logística de transporte interno e taxas portuárias. Uma margem também era adicionada para compensar os riscos da operação, como a volatilidade do câmbio e dos preços nos portos.
Essa abordagem fazia com que os preços seguissem a tendência do mercado internacional, sem que a Petrobras tivesse autonomia para equilibrar grandes variações e evitar impactos significativos para os consumidores no Brasil. Com esse modelo, a Petrobras obteve lucros recordes e distribuiu dividendos. No segundo semestre de 2022, por exemplo, foram distribuídos R$ 87,8 bilhões aos acionistas.
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Essa mudança na política de preços foi uma promessa feita por Lula durante a campanha eleitoral. Desde que assumiu o cargo em janeiro, ele argumentou ser necessário adaptar os preços dos combustíveis à realidade brasileira e questionou a dependência do Brasil em relação ao PPI. Em março, o presidente criticou o valor dos dividendos distribuídos pela Petrobras e defendeu que os lucros da estatal fossem reinvestidos no país.
No novo modelo, a Petrobras ainda considerará o mercado internacional, mas com base em outras referências para o cálculo. Além disso, serão incorporadas referências do mercado interno. Essa proposta visa conciliar os interesses dos acionistas com o papel social da estatal, focado em atender às expectativas dos consumidores brasileiros por preços mais baixos.
A estatal anunciou que o novo modelo levará em conta o "custo alternativo do cliente" e o "valor marginal para a Petrobras". O custo alternativo para o cliente será estabelecido com base nas opções disponíveis no mercado, levando em consideração os preços praticados por outros fornecedores que oferecem produtos semelhantes.
Já o valor marginal para a Petrobras levará em conta as melhores condições obtidas pela empresa na produção, importação e exportação. Segundo a Petrobras, esse modelo permitirá que ela seja mais competitiva em cada mercado e região, aplicando preços alinhados às particularidades locais.
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