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Entidade afirma que quase 30 milhões ficarão sem auxílio em 2021

Com a aprovação da PEC Emergencial, o governo está autorizado em realizar uma nova rodada de pagamentos do auxílio desde que diminua os gastos públicos em outras áreas

Entidade afirma que quase 30 milhões ficarão sem auxílio em 2021
Divulgação

Redação
Publicado em 16/03/2021, às 10h27

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De acordo com a estimativa do movimento Rede Renda Básica Que Queremos, cerca de 28,4 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial no ano passado não devem receber em 2021. Em 2020, o governo federal habilitou 68,2 milhões de beneficiários e deve liberar o auxílio para 39,8 milhões.

As projeções da Rede Renda Básica Que Queremos foram realizadas a partir de dados dos Ministérios da Economia e da Cidadania, e também do IBGE.

Paola Carvalho, diretora da Rede Brasileira de Renda Básica (uma das organizações do movimento), argumenta que o governo deveria manter os mesmos critérios usados no ano passado para avaliar quem poderia participar do auxílio. "O que queremos é que o governo permita a inclusão de mais brasileiros no auxílio. São pessoas que não conseguiram se inscrever naquele prazo [do ano passado] mas que, com o agravamento da crise, perderam o emprego ou um ente da família que era responsável pelo sustento da casa", relata.

Carvalho também critica o novo valor do auxílio emergencial, que varia de R$ 150 até R$ 375. “O valor não é nem 30% do que custa uma cesta básica hoje no Brasil. [O auxílio] não é uma forma de complementar a renda [dessas pessoas], e sim uma maneira de garantir direitos para que, enquanto a vacina não chega, essas famílias possam manter o distanciamento social e se proteger”, defende a diretora da RBRB.

A entidade Rede Renda Básica Que Queremos é uma organização que reúne sindicatos e ONGs que defendem a criação de um mecanismo de proteção aos mais pobres com uma renda mínima básica durante a pandemia.

Saiba mais sobre o auxílio emergencial em 2021

O Ministério da Economia aponta que o número de pessoas habilitadas para o auxílio emergencial deve ser menor em 2021 devido à situação fiscal do Brasil. Por isso, para a liberação do auxílio o governo federal negociou com o Congresso Nacional a PEC Emergencial (Proposta de Emenda Constitucional), proposta para reduzir os gastos públicos nos próximos anos.

No ano passado, a Caixa Econômica Federal gastou R$ 292,9 bilhões em  pagamentos do auxílio emergencial (somando as duas rodadas de pagamento, a primeira de R$ 600 e a segunda de R$ 300). Neste ano, o banco estatal deve liberar R$ 44 bilhões.

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