Os estoques de óleo diesel podem cobrir, no máximo, até um mês da demanda doméstica. Alerta sobre a possível falta do combustível já havia sido dado
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 25/05/2022, às 18h56
O Brasil pode ficar desabastecido de óleo diesel no segundo semestre deste ano. O alerta foi dado nesta quarta-feira (25) pelo presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. O motivo seria a escassez de oferta no mercado internacional e o baixo nível dos estoques mundiais. Deyvid criticou a baixa produtividade das refinarias brasileiras e disse que os preços do petróleo devem subir ainda mais nos próximos meses.
Em uma publicação nas redes sociais, Bacelar destacou que um dos grandes erros do governo federal foi não concluir o segundo trem da Refinaria Abreu Lima (PE), especializada na produção de óleo diesel. “Errou também ao não investir no Comperj e ao não construir unidades de coqueamento em algumas refinarias do país”.
Na perspectiva de Deyvid, o fornecimento de óleo diesel tornou-se um problema porque as sanções à Rússia mudaram o comércio de combustível. “A Índia está produzindo diesel com petróleo russo e exportando para a Ásia e Brasil", acrescentou.
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O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, alertou o Ministério de Minas e Energia sobre uma possível escassez de óleo diesel pouco antes da demissão dele. O documento, intitulado "Combustíveis: desafios e soluções", obtido pela agência Reuters, informa que a demanda por diesel no Brasil e nos Estados Unidos subiu sazonalmente no terceiro trimestre deste ano, com os mercados internacionais apresentando hoje a menor oferta do produto em 14 anos.
O documento diz que na ausência de sinais de que os preços de mercado permanecerão em níveis futuros, riscos concretos de desabastecimento de óleo diesel durante a exigente safra afetarão o PIB do Brasil. "Os estoques globais de diesel estão bem abaixo da média histórica", aciona. "A Petrobras sozinha não pode resolver a alta global nos preços de energia", complementa a apresentação.
O Brasil começará a importar combustível em junho a partir de setembro. Normalmente, as mercadorias chegam do México em duas ou três semanas. A Petrobras já busca alternativas, como fornecedores na África Ocidental ou na Índia, que levarão mais tempo para chegar ao país. Por exemplo, as remessas da Índia levam de 45 a 60 dias para chegar ao Brasil. Os estoques de óleo diesel do Brasil podem cobrir, no máximo, até um mês da demanda doméstica.
Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque
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