BC é obrigado a explicar motivos em carta aberta quando a inflação estoura o teto. O órgão espera que a inflação oficial alcance 4% em 2023 e 2,7% em 2024
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 30/06/2022, às 21h05
O Banco Central (BC) admitiu nesta quinta-feira (30) que a inflação ultrapassará o teto da meta estipulado para 2022 pelo segundo ano consecutivo. A informação consta do relatório de inflação do segundo trimestre divulgado nesta quinta. A probabilidade de a inflação oficial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o limite superior da meta subiu de 88% em março para 100% em junho, segundo dados do BC.
Até 2023, a probabilidade de o IPCA ultrapassar o teto da meta aumenta de 12% para 25%. As metas de inflação são estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Até 2022, a meta do IPCA é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Portanto, a inflação pode ficar entre 2% e 5% este ano. O relatório estima que o IPCA chegará a 8,8% em 2022.
Para 2023, o CMN estabeleceu meta de 3,25% para o IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Dessa forma, o índice pode fechar entre 1,75% e 4,75% no próximo ano. O Banco Central espera que a inflação oficial alcance 4% em 2023 e 2,7% em 2024.
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Uma curiosidade que você provavelmente não sabia, é que toda vez que o IPCA ultrapassa o teto da meta ou fica abaixo do piso, o Banco Central é obrigado a escrever uma carta pública explicando o motivo. O órgão fez o mesmo no início do ano, depois que o IPCA atingiu 10,06% em 2021, o maior patamar desde 2015 e bem acima do teto do ano passado de 5,25%.
A principal forma de o Banco Central controlar a inflação é através da taxa Selic (a taxa básica de juros da economia) que é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo ata da última reunião do Copom, que fixou a taxa Selic em 13,25% ao ano, a agência pretende atingir a meta em 2023, podendo a taxa durar mais do que o esperado.
De acordo com as previsões divulgadas no dia 23 de junho, o Banco Central espera que o produto interno bruto (PIB, soma da riqueza produzidas no país) cresça 1,7% em 2022, ante previsão de 1% em relatório anterior de março. A previsão de superávit comercial subiu de US$ 83 bilhões para US$ 86 bilhões. O crédito bancário crescerá 11,9%, ante previsão anterior de 8,9%, e o superávit em conta externa deverá cair de US$ 5 bilhões para US$ 4 bilhões.
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