O final da cobrança da bandeira vermelha nas contas de energia elétrica ajudou arrefecer a taxa de inflação, conforme indicam os dados do IBGE com o IPCA-15
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 24/05/2022, às 10h17
Ao que tudo indica, a inflação no Brasil pode estar perdendo força. Pelo menos é o que indica os dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 que desacelerou para 0,59% em maio. O indicador está bem abaixo do índice registrado em abril, que foi de 1,73% em abril. A pesquisa foi divulgada, nesta terça-feira (24), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Em 2022, o IPCA-15 já acumula alta de 4,93% e, nos últimos 12 meses, o indicador ainda está bem alto, na faixa dos 12,20%. Apesar do resultado ser considerado positivo, ele ainda pior que a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma desaceleração na casa de 0,45%.
De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram aumento nos preços, com exceção do grupo de habitação (-3,85%), que foi puxado pela queda de 14,09% na energia elétrica e ajudou em diminuir a pressão inflacionária.
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O maior impacto positivo (0,40 p.p.) no resultado do IPCA-15 no mês de maio foi do grupo dos Transportes, que apresentou alta de 1,80%. O resultado apresenta desaceleração em relação a abril (3,43%). A maior contribuição (0,09 p.p.) para o grupo veio do item passagens aéreas (18,40%), cujos preços subiram pelo segundo mês consecutivo (em abril, a alta foi de 9,43%).
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Os combustíveis (2,05%) também continuam em alta, apesar da variação ter sido inferior à registrada no mês anterior (7,54%). Chamam a atenção também, os aumentos da gasolina (1,24%) e do etanol (7,79%). Além disso, merece destaque o seguro de veículo (3,48%), que já acumula 18,24% de variação no ano.
Ainda em Transportes, houve alta no subitem táxi (5,94%), por conta dos reajustes de 41,51% nas tarifas em São Paulo (20,15%) e de 14,10% em Fortaleza (12,95%). No Rio de Janeiro, as passagens de metrô foram reajustadas em 12,07%, deixando o subitem metrô no panorama nacional com alta de 2,17%, enquanto na região metropolitana fluminense, ficou em 6,56%. Já no subitem ônibus urbano (0,17%), houve reajuste de 11,11% no preço das passagens em Belém (4,17%).
Outro grupo que desacelerou foi Alimentação e bebidas: 1,52% em maio frente aos 2,25% de abril. A maior influência foi dos alimentos para consumo no domicílio (1,71%). Entre os itens com as maiores altas, o leite longa vida (7,99%) e a batata-inglesa (16,78%) tiveram impactos de 0,06 p.p. e 0,04 p.p., respectivamente.
Ainda houve alta na cebola (14,87%) e no pão francês (3,84%), enquanto registraram quedas as frutas (-2,47%), o tomate (-11%) e a cenoura (-16,19%), esta última após alta expressiva em abril de 15,02%.
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Ainda em alimentação, o item alimentação fora do domicílio acelerou na passagem abril (0,28%) para maio (1,02%), principalmente por conta do subitem lanche, que teve alta de 1,89% contra 0,07% no mês anterior. Enquanto que a refeição (0,52%) apresentou resultado mais próximo ao registrado em abril (0,45%).
As demais altas dos grupos ficaram entre o 0,06% de Educação e o 1,86% de Vestuário.
Por outro lado, a maior alta no resultado veio de Saúde e cuidados pessoais (2,19%), que contribuiu com 0,27 p.p. no índice de maio. O item de maior influência no grupo e no IPCA-15 de maio foi produtos farmacêuticos, com aumento de 5,24% nos preços (e 0,17 p.p. de impacto no resultado), registrado após o reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Também pressionaram o resultado do grupo os itens de higiene pessoal, que apresentaram alta de 3,03%, com impacto de 0,11 p.p. no índice do mês, o segundo maior.
*com informações do IBGE
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