Ativista e pesquisador, Lucelmo Lacerda reflete sobre o diagnóstico TEA do filho, que fez com que se descobrisse autista; Saiba mais detalhes
O pesquisador, ativista do Transtorno do Espectro Autista (TEA), doutor em educação, Lucelmo Lacerda, é autor do livro "Crítica à pseudociência em educação especial: Trilhas de uma educação inclusiva baseada em evidência" e escreveu para a Veja sobre o diagnóstico do seu filho, Benício, que nasceu em 2008.
Lacerda conta que quando o filho nasceu já era professor e pesquisador, estava concluindo o mestrado e entrando no doutorado, mas o espectro era, naquele momento, um assunto estranho para ele.
"Das poucas referências que tinha, a mais presente era o filme Rain Man, de 1989, que me orientava em uma visão limitada e estereotipada da condição. Foi somente quando meu filho completou 3 anos que veio o diagnóstico, a aceitação e o começo de uma jornada de conhecimento", disse.
Para ele, era uma época de início de tratamento, que resultou numa intervenção "já demonstradamente inefetiva, mas não sabíamos disso até então". O pesquisador conta ainda que seguiu assim por longos quatro anos e que também era mal informado pelo conteúdo disponível na internet, "conhecimentos pseudocientíficos ou simplesmente falsos prosperam de modo volumoso e veloz".
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Lacerda relata que, quando começou a procurar por melhores recomendações para o filho, mudou de área de pesquisa. Passou a direcionar os seus esforços ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) e às práticas terapêuticas e educacionais.
Após descobrir que a estratégia inicial recomendada pelo médico não estava surtindo os efeitos desejados, ele decidiu mudar de rumo. "Com a descoberta de que a estratégia indicada pelo médico no começo de nossa jornada era inefetiva, mudamos de rumo", acrescenta.
"E eu particularmente iniciei um árduo trabalho de divulgação científica sobre o transtorno do espectro autista nas redes sociais, principalmente no YouTube. Essa se tornou minha área de atuação profissional", escreve.
Ao investigar os quadros distintos do TEA, no qual os indivíduos necessitam cada vez menos de apoio, e ainda precisam enfrentar desafios comportamentais e sociais, ele começou a identificar alguns aspectos que viveu, principalmente durante a infância e adolescência. "Procurei uma avaliação profissional e descobri também meu próprio diagnóstico: TEA de nível 1", conta.
Lacerda, ao recordar o que viveu, destaca que essa história é comum com a de outros pais, além de condizer com o caráter genético da condição. "Hoje, meu irmão, dois sobrinhos e dois primos também têm diagnóstico confirmado de TEA", afirma.
"Olhar para o passado e compreendê-lo apropriadamente permite que ajustemos o passo a nossas idiossincrasias e nos assumamos tal como somos. Essa descoberta promoveu um envolvimento de outro nível com esse que agora é o debate da minha vida", defende.
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