A pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos demonstrou que o brasileiro precisou trabalhar 34 minutos a mais em janeiro de 2022 para levar os mesmos alimentos à mesa por conta do aumento do preço da cesta básica
Mylena Lira | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 07/02/2022, às 19h15 - Atualizado às 19h35
Não foi só o Gás de cozinha ou o IPVA dos carros que ficaram mais caros em janeiro de 2022. O preço da cesta básica também aumentou em 16 capitais de estados brasileiros, segundo Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Entre os17 municípios onde a pesquisa foi feita, apenas a capital gaúcha apresentou queda no valor dos alimentos que chegam à mesa do trabalhador. Comparando o custo no mês de dezembro de 2021 com o de janeiro deste ano, o preço da cesta básica em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teve uma redução de -1,45%.
Já a maior alta foi registrada em Brasília, no Distrito Federal. Na cidade sede do Congresso Nacional, o preço da cesta básica subiu 6,36%. Na sequência, as altas mais expressivas ocorreram em Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
Em janeiro de 2022, a cesta básica na capital paulista apresentou alta de 3,38%, na comparação com dezembro de 2021, e custou R$ 713,86, o maior valor entre as 17 cidades onde o DIEESE realizou a pesquisa. O segundo maior preço da cesta básica foi encontrado em Florianópolis, capital de Santa Catarina (R$ 695,59). Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00) estão logo atrás.
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Ao analisar o valor da cesta nos últimos 12 meses, as maiores altas acumuladas ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). Na somatória de 12 meses, o percentual de aumento do conjunto de alimentos básicos na terra da garoa foi de 9,13%.
Confira na tabela abaixo a variação mensal e a acumulada em 12 meses nas 17 capitais brasileiras pesquisadas:
Alguns itens influenciaram mais na elevação do custo dos alimentos básicos. Veja:
Em contrapatida, o preço do feijão, do arroz agulhinha e do litro de leite integral diminuiu em mais de 10 capitais.
A pesquisa demonstrou que o brasileiro precisou trabalhar 34 minutos a mais em janeiro de 2022 para levar os mesmos alimentos à mesa. Isso porque, em janeiro de 2021, foram necessárias 111 horas e 46 minutos, em média, para comprar a cesta básica, de acordo com o valor da época. No primeiro mês deste ano, porém, o tempo médio necessário para adquirir os produtos básicos foi de 112 horas e 20 minutos.
Ao comparar o preço da cesta básica e o salário mínimo líquido, após o desconto destinado à Previdência Social, o DIEESE verificou que o trabalhador remunerado pelo novo piso nacional comprometeu, em janeiro de 2022, em média, mais da metade (55,20%) do rendimento para comprar os alimentos.
Ainda de acordo com o departamento de estatísticas, tomando como base o preço da cesta básica, o salário mínimo para sustento de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 5.997,14 - valor cinco vezes maior do que os atuais R$ 1.212.
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