Já está em vigência o novo valor do salário mínimo de R$ 1.212, com um reajuste de 10,18%. Mas ainda abaixo das perdas inflacionárias
O novo valor de R$ 1.212 do salário mínimo já está em vigor com a virada para 2022. Embora seja o maior reajuste dos últimos seis anos, de 10,18%, o trabalhador ainda perde o poder de compra mesmo com o aumento devido às perdas provocadas pela inflação alta.
O reajuste anual do salário mínimo é calculado conforme a inflação oficial do país. Apesar do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) ser a principal referência sobre estudos de inflação no Brasil, o governo usa outro indicador para realizar a alteração no salário mínimo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
De acordo com o último boletim Focus do Banco Central, avaliação da economia feita pelo mercado financeiro, publicado nesta segunda-feira (03), o IPCA de 2021 deve fechar em 10,01%. Um pouco abaixo do reajuste do salário mínimo.
Contudo o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), variável utilizada para calcular os preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, deve fechar 2021 com uma alta de 17,47%. Lembrando que o IGP-M é usado para reajustes em contas de telefonia, energia elétrica, planos de saúde, educação e aluguel de imóveis. Assim, a sua variação está sete pontos percentuais acima do reajuste do salário mínimo.
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Vale também destacar sobre o INPC, o índice usado para calcular o novo salário mínimo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o INPC de dezembro, com um acumulado 9,36% no ano, mas nos últimos 12 meses, o índice sofreu um crescimento de 10,96%, ainda acima do reajuste de 10,18%.
Porém, mesmo sem aumento real (acima da inflação), o valor exato do salário mínimo será conhecido somente no final deste mês de janeiro, após a divulgação do INPC consolidado de 2021. Assim, o valor do salário mínimo ainda pode ser atualizado mais uma vez.
Apesar do aumento do salário mínimo ser o maior dos últimos anos, isso não significa que este crescimento irá melhorar as condições de vida dos brasileiros devido à falta de ganho real.
Os economistas explicam que a atualização com base na inflação é para manter o nível de compra da remuneração mínima, uma vez que a inflação diminui o consumo das famílias. Portanto, o ganho real ocorre apenas quando o reajuste fica acima da inflação.
O Ministério da Economia explica que o reajuste não pode ser acima da inflação porque o governo não tem os recursos necessários e isso geraria uma crise fiscal, além do rompimento do teto de gastos.
Em relação ao Estado, o reajuste no salário mínimo afeta o pagamento das aposentadorias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Visto que os segurados recebem os seus benefícios conforme o piso nacional. Assim, o governo estima que a cada real aumentado, haverá custo de cerca de R$ 315 milhões aos cofres públicos.
*com informações da Agência Brasil
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