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Não foi aqui!

Se Lorrayne Faddoul não fosse uma entusiasta por concursos públicos, ela não descobriria seu “novo sonho” de carreira: o cargo de gestor governamental

Redação
Publicado em 08/04/2011, às 15h23

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Você conhece alguma pessoa que viva prestando concursos públicos? Tal qual um alienígena, o leitor – caso não seja o próprio um concurseiro inveterado – certamente já ouviu relatos sobre esse perfil de pessoa. Essa introdução não objetiva afirmar que Lorrayne Faddoul Cabral de Mello é uma dessas “alienígenas”. A contextualização se justifica pelo fato de que se a carioca de 25 anos não fosse uma entusiasta das possibilidades fomentadas pelo concurso público, ela não descobriria seu “novo sonho” de carreira: o cargo de gestor governamental. Função relativamente nova, foi criada no âmbito federal em 1989, continua escondida em seleções pouco divulgadas. Implementado nos Estados, o cargo de gestor (também conhecido como especialista em políticas públicas) foi descoberto por Lorrayne assim por acaso. “Conheci por intermédio de um professor que é gestor do Estado do Rio de Janeiro”, explica.

A remuneração alta (algo em torno de R$ 6 mil), a possibilidade da proveniência de qualquer formação superior e as atribuições particulares ao ofício de gestor atraíram a jovem, que não pestanejou: “Desde outubro do ano passado, frequento uma turma presencial no Curso Maxx com as matérias específicas e estudo as básicas em módulos ou por conta própria”.

Mas o serviço público entranhou-se na rotina e nos anseios de Lorrayne bem antes dessa repentina descoberta. “No meu último ano de graduação (ela cursou biologia), após fazer uma pesquisa de mercado e descobrir que não era exatamente o que eu queria, pensei na carreira pública como alternativa. Pretendia fazer concursos na minha área, mas após a agradável experiência de estudar direito, passei a prestar outros concursos”, lembra salientando que tinha um bom exemplo em casa com a mãe servidora municipal.

A própria Lorrayne, que já tem alguns concursos no histórico, é funcionária pública. E com o tipo de experiência que seus 25 anos não entregam. É, atualmente, assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda. O que ajuda a entender seu fascínio pela função de gestor. A carioca foca no concurso e tem sua própria teoria sobre o porquê da seleção continuar desconhecida de grande parte dos concurseiros do país. “ Acho que o cargo é pouco popular por ser muito específico. Pouco popular, inclusive, na máquina pública já que são poucos os Estados e municípios que possuem essa função. E por ser tão específico acaba se tornando muito difícil. O número de disciplinas cobradas é grande e várias delas só são pedidas nesse concurso e com uma profundidade razoável”.

Desencorajador? Não para Lorrayne, que a cada nova fala demonstra mais segurança de suas razões. “Quero trabalhar na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG). Não quero me mudar para outra cidade. Já tive essa experiência, ela foi muito boa, mas serviu para me mostrar que quero mesmo é viver no Rio”, afirma conciliando motivação profissional com um anseio mais emocional. Mas quem disse que Lorrayne perde o objetivo de vista? A futura gestora (duvida?) projeta metas como um contador perpassa uma declaração de imposto de renda: “pretendo me especializar na área de gestão por meio de mestrado e doutorado”. Sem parecer politicamente correta, a carioca agrega um valor cívico a suas motivações (“ajudar no desenvolvimento do meu Estado e no bem-estar de sua população”) e, no caso do interlocutor ainda desconfiar de suas intenções, declara:  “meu foco é esse cargo, não pretendo mais prestar concurso depois de passar nesse, pelo menos não para mudar de posto. Colocação melhor só se for dentro da carreira de gestor”.

A determinação de Lorrayne, pode ponderar o leitor mais perplexo com tamanha vocação e motivação, só pode ser de outro planeta. Mas é importante que se lembre que a ponderação não foi lida aqui.

Reinaldo Matheus Glioche

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