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Plano de saúde para empresas faz uso de quetamina no tratamento de depressão no Brasil

A quetamina tem se mostrado eficaz no tratamento de casos graves de depressão. Popularizado nos EUA, o uso terapêutico da droga chega aos poucos ao Brasil

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Cérebro em desenho digital - Freepik

Glícia Lopes

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 19/09/2022, às 15h27 - Atualizado às 15h36

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A Cíngulo, empresa health tech de saúde mental, está contribuindo para o cenário de tratamento psiquiátrico com substâncias psicodélicas no Brasil. Diante do aumento de casos de síndrome de burnout e depressão, associadas ao ambiente de trabalho, a empresa de plano de saúde mental para corporações está adotando a terapia assistida com quetamina, um anestésico desenvolvido há 60 anos.

Recentemente, as pesquisas psiquiátricas com psicodélicos têm retomado espaço no desenvolvimento científico, que havia sido barrado nos anos 70 com o início da Guerra às Drogas. Substâncias psicodélicas, conhecidas por “abrir a mente”, como LSD, MDMA, DMT, psilocibina, mescalina e ibogaína, por exemplo, já contam com aplicados estudos avaliando seus efeitos no tratamento de diversas doenças psiquiátricas. E os resultados têm sido positivos.

De acordo com o Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade, com dados da Web of Science, a escalada de pesquisas sobre os efeitos dos psicodélicos na saúde mental, iniciada no início dos anos 1990, superou a marca de 700 publicações em 2019. Inclusive, a eficácia de terapias com psicodélicos para distúrbios psiquiátricos tem se mostrado superior aos métodos convencionais de tratamento, que fazem uso de medicamentos farmacêuticos.

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Nesse sentido, a Cíngulo compreende que a popularização de psicodélicos no tratamento de depressão e burnout, por exemplo, faz parte da responsabilidade das empresas em garantir aos seus colaboradores um tratamento adequado em saúde mental. Em entrevista a O Globo, o CEO da empresa reconhece que “saúde mental é produtividade” e que os problemas mentais impactam diretamente a performance no trabalho, chegando a comprometer cerca de 30% da produtividade do colaborador.

Uso de quetamina no tratamento da depressão

A quetamina (cloridrato de dextrocetamina), também conhecida como ketamina ou cetamina, é utilizada, principalmente, para efeitos de anestesia em animais e humanos. Contudo, a droga também é utilizada de forma recreativa. Na terapia assistida, o uso da quetamina é recomendado em casos de depressão grave e refratária, aquela que não responde adequadamente ao tratamento com medicamentos convencionais.

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Os efeitos positivos da quetamina contra a depressão se dá por meio da ação sobre neurotransmissores influentes neste distúrbio, como o glutamato, a noradrenalina e a dopamina. Além disso, a quetamina proporciona um efeito instantâneo no paciente, promovendo uma melhora significativa da doença nas primeiras 24 horas após a administração da substância.

Ao redor do mundo, principalmente nos EUA e Canadá, o uso da quetamina em pacientes com depressão já é bem popular. Existem diversas clínicas especializadas na assistência de pessoas com distúrbios psiquiátricos utilizando métodos psicodélicos. Isso porque essas substâncias têm efeitos conhecidos de “expansão da consciência”, o que permite recalcular a rota e reconstruir novos caminhos mentais, com mais otimismo.

De acordo com o CEO da Cíngulo, “a quetamina provoca uma expansão de consciência onde a pessoa pode revisitar algumas questões pessoais. Além disso, ela realmente fortalece o cérebro, criando novos neurônios e fazendo com que os neurônios existentes fiquem mais fortes e conectados.”

Bioquímicamente, as substâncias psicodélicas proporcionam ao cérebro fazer conexões neuronais que foram afetadas pelos distúrbios psiquiátricos. É nesse momento que entra o trabalho psicológico, já que o paciente está mais propenso a ter acesso à própria consciência, de forma mais clara e limpa.

Apesar dos resultados positivos, este método é pouco popular no Brasil, sobretudo devido ao tabu, havendo poucos profissionais especializados no assunto. Além disso, a administração da substância não substitui os tratamentos convencionais e não deve ser feita por conta própria.

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*com informações do Globo

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