Lula se reuniu com jornalistas em um café da manhã e reclamou dos juros altos mantidos pelo BC
A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Roberto Campos Neto, do Banco Central (BC ou Bacen), azedou desde a última quarta-feira (1º). Afinal de contas, foi nesta data que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
Além disso, o comunicado teve um duro recado para o governo federal citando que os juros altos podem continuar diante do ambiente de incertezas fiscais no Brasil nos próximos meses.
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Este conflito de interesses fez o dólar voltar ao maior patamar em três semanas. A cotação da moeda americana foi para R$ 5,21. Na semana passada, ele fechou o dia 02 de fevereiro a R$ 5,05, embora o dólar tenha chegado a R$ 4,94.
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Mesmo com a entrada recorde de capital estrangeiro nos últimos meses no país, que fez do real uma das moedas mais valorizadas do mundo, as tensões entre Lula e Campos Neto tem preocupado o mercado financeiro, com uma possível interferência do governo federal na autonomia do Banco Central.
Na manhã desta terça-feira, o presidente da República conversou com jornalistas durante um café da manhã. Ele teria confidenciado para um jornalista do Brasil 247 que os juros a 13,75% estão muito altos e que eles precisam cair para gerar mais empregos e crescimento.
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Lula ainda teria dito que é a favor da responsabilidade social, ao contrário do que parte do mercado financeiro diz que ele não é. O presidente reforçou que BC precisa ter uma meta para inflação e outra para o crescimento da economia.
Todo esse clima tenso e de incertezas ajudaram na valorização do dólar e queda do Ibovespa, índice da bolsa de valores de São Paulo. A bolsa caiu 0,82%, nesta terça-feira.
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O dólar é uma moeda considerada segura e estável, então, em momentos de incerteza política ou econômica, os investidores tendem a procurar proteção em ativos de renda fixa ou dolarizados. Isso aumenta a procura pelo dólar, o que, por sua vez, faz com que o seu preço aumente.
Além disso, em momentos de crise política, como a crise entre governo federal e Banco Central, a demanda por ativos seguros tende a aumentar, o que também pode contribuir para a valorização da moeda.
A valorização do dólar pode ter um impacto negativo sobre a economia, pois aumenta o custo das importações, incluindo itens como alimentos, combustíveis e medicamentos, e pode levar à inflação.
Em resumo, a valorização do dólar em momentos de crise política é resultado da procura por segurança financeira, o que faz com que o preço da moeda aumente. No entanto, pode ter impactos negativos para a economia de países em crise.
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