Especialista em proteção de dados explica como acontecem os golpes mais comuns e o que fazer para não ser mais uma vítima
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br
Publicado em 01/09/2021, às 09h05 - Atualizado às 09h11
No último dia 27 de agosto (sexta-feira), o Banco Central anunciou uma série de medidas de segurança contra golpes e fraudes realizadas através de meios de pagamento on-line, como o PIX. Entre as principais determinações, esteve a limitação de transações de mais de R$ 1 mil via PIX entre 20h e 6h.
Vale destacar que o PIX é uma ferramenta de transferências bancárias que facilitou e muito a vida dos brasileiros desde sua implementação, em outubro de 2020. O procedimento permite transições de dinheiro em tempo real, 24 horas por dia e sete dias por semana, apenas a partir do uso de códigos pessoais, como número de telefone celular, CPF, CNPJ e e-mail, ou ainda uma chave aleatória.
No entanto, tanta praticidade não veio sem um preço caro a ser pago. Golpistas vêm realizando toda sorte de truques e estratagemas para a realização de roubos. Os golpes são diversos, sendo que os mais comuns envolvem a invasão da conta de Whatsapp, onde o estelionatário se passa pela pessoa e pede ajuda de amigos e familiares sob pretexto de falha no seu sistema bancário enquanto tem a necessidade urgente de pagar uma conta ou a de fazer uma transferência. A vítima, aquém da ação de má fé, se oferece para ajudar e acaba realizando um pagamento para a conta do farsante.
Outro caso comum é o envio de mensagens por parte do impostor em redes sociais, Whatsapp ou e-mails. A comunicação é repleta de supostos benefícios oferecidos pelo PIX, com a condição de cadastro de dados pessoais, como CPF, telefone e dados bancários. A vítima, sem perceber, acaba passando para o golpista dados que permitem o acesso ao seu PIX.
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Segundo Fernando Bousso, sócio e head de privacidade e proteção de dados da Baptista Luz Advogados, os golpes, apesar de estarem se proliferando rapidamente, são possíveis de serem evitados a partir de mudanças simples no comportamento do usuário. Listamos aqui cinco dicas para que você não se torne mais uma vítima. Confira!
A clonagem de números de telefone e de Whatsapp é muito comum, por isso esteja atento a pedidos de dinheiro ou transferência bancária através do aplicativo. “Mesmo que seja uma pessoa do seu círculo pessoal, desconfie. Pergunte a si mesmo se é algo que a pessoa faria e, como último recurso, ligue para ela e confirme o pedido”, explica Fernando.
Se receber links suspeitos através de e-mail ou aplicativos – como o Whatsapp (mais uma vez), não clique, e desconfie de mensagens que prometem dinheiro fácil ou benefícios demais. “Muitas vezes, serão esses links os responsáveis pela clonagem do celular da vítima. É o passo número um do golpe, então se estar atento a isso pode significar muita economia de dor de cabeça lá na frente”, completa o advogado.
Para evitar colocar seus dados bancários em sites falsos ou enviá-los por e-mail para pessoas de má fé, é importante verificar com muita atenção os links para os quais você está sendo transferido e os e-mails para quem você está respondendo. “Endereços muito curtos, erros de digitação ou links com letras e palavras que não são normalmente usadas pelos contatos oficiais do seu banco podem ser um forte indício de uma tentativa de golpe. Na dúvida, entre em contato com seu gerente por telefone ou vá até uma agência e confirme o pedido”, orienta Fernando.
As chaves do PIX, como telefone, e-mail e CPF, são seguras e o cliente precisa obrigatoriamente compartilha-la para que a transferência seja realizada com sucesso. Porém outros dados, como agência, conta e, principalmente, senha devem ser mantidos em sigilo, mesmo que o remetente se apresente como funcionário do seu banco.
As chaves PIX, necessárias para realizar as transferências bancárias, são cadastradas somente nos canais oficiais do seu banco, como o aplicativo, internet banking, agências físicas ou central de atendimento. “É importante que o usuário se certifique que está usando um canal oficial. Sempre que estiver na dúvida, é preferível ir pessoalmente à agência ou entrar em contato com seu gerente”, indica Bousso.
“Caso você tenha sido ou venha a ser vítima de um golpe como esse, informe seu banco imediatamente e registre um boletim de ocorrência junto à polícia. Esse documento será imprescindível para o banco avaliar se um estorno é devido ou não”, finaliza Fernando Bousso.
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