O ministro da Economia, Paulo Guedes, entende que é necessária a mobilização dos servidores públicos para aprovar a reforma administrativa
Durante um discurso no seminário virtual virtual da Corregedoria do Ministério da Economia, realizado na manhã desta quarta-feira (24), o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou que tenha ofendido os servidores públicos no episódio que os comparou com parasitas, em fevereiro de 2020. Além disso, o ex-banqueiro pediu o apoio da categoria para aprovar a reforma administrativa, que visa alterar novos vínculos de empregatícios no funcionalismo público e estabelecer avaliações de desempenho.
“Eu estava fazendo um discurso a respeito da necessidade de controlarmos os gastos dos entes da unidades subfederativas [estados e municípios]. Tem centenas de municípios que não conseguem sequer pagar a própria folha [...]. Eu disse que isso é como se fosse uma unidade que está ficando parasitária”, justifica Guedes.
“E na memória das pessoas [ficou a impressão de que eu estava] xingando os funcionários públicos. Eu nunca xinguei, minha mãe foi funcionária pública a vida inteira, [ela] tem 99 anos. Estou experimentando o convívio com gente extraordinária [com os servidores públicos]”, afirma.
Na época, Guedes disse que o governo é obrigado a conceder aumento para os servidores mesmo com os órgãos públicos apresentando um déficit fiscal. “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”, relatou o ministro.
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Vale destacar que os servidores públicos estão há mais de dois anos sem um reajuste salarial. Os salários estão congelados em virtude do aumento de gastos públicos por causa da pandemia de covid-19.
Em decorrência disso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu, na semana passada, um aumento na remuneração dos servidores federais, caso seja aprovada a PEC dos Precatórios, que está sendo analisada pelo Senado.
No seminário, o Guedes também pediu o apoio dos servidores públicos para aprovar a reforma administrativa. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) está parada na Câmara dos Deputados desde o mês de outubro.
“Propusemos uma reforma administrativa sem tirar nenhum direito do serviço público atual”, aponta Guedes. “Peço apoio do nosso funcionalismo público porque estamos falando de modernização do serviço público, digitalização, maior produtividade e meritocracia”, finaliza.
Diversos parlamentares, inclusive os governistas, ainda enfrentam resistência em relação à reforma administrativa. Por isso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), segurou o texto para tentar levantar a quantidade de votos necessária para aprovação do texto.
Lira criticou a falta de empenho do governo para aprovar a reforma administrativa. “O ministro Paulo Guedes, numa fala própria dele, tem que mobilizar o governo para que o governo se mobilize se quer ou não ajudar na reforma administrativa”, afirmou o presidente da Câmara na semana passada.
“Por enquanto, é o que eu venho dizendo. Eu não noto nem na sociedade civil organizada, nem no governo uma disposição de enfrentar esse tema agora”, explica Lira. Ele destaca que, agravando ou não, a reforma administrativa precisa de mobilização para ela ser aprovada.
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