Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que vendas ao exterior dessas empresas cresce mais que média em todo o Brasil. Confira os setores com maior projeção de vendas.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a participação das multinacionais brasileiras nas exportações totais do Brasil passou de 18% em 2001 para 21% em 2013 e 24% no ano passado.
O levantamento mostrou que a participação dessas empresas no valor vendido ao exterior tem crescido mais que o das demais indústrias de grande porte não internacionalizadas. O trabalho comparou a evolução das exportações de 41 grupos empresariais brasileiros que controlam e operam unidades no exterior com a totalidade do valor exportado pela indústria de transformação brasileira.
No caso das empresas que passaram a integrar um dos 41 grupos econômicos entre 2001 e 2020, computaram-se, como exportação do grupo, as exportações da empresa nos anos anteriores à incorporação.
Exceto pelo setor de veículos automotores, que nos últimos anos tem sofrido com a crise econômica em diversos países latino-americanos, principalmente a Argentina, as multinacionais industriais brasileiras têm apresentado taxas de crescimento das exportações maiores que a média da indústria nacional.
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O estudo agrupou as indústrias multinacionais brasileiras em seis setores: produtos alimentícios; celulose e papel; produtos químicos; metalurgia; aparelhos e materiais elétricos; e veículos automotores. De 2001 a 2008, as vendas das indústrias com unidades no exterior subiram mais que o total das indústrias brasileiras.
De 2008 a 2013, as exportações das multinacionais do setor de veículos caem 2,3% ao ano, contra recuo médio de 0,4% ao ano. De 2013 a 2016, quando a indústria brasileira, de modo geral, passou a exportar menos, as empresas que operam em outros países sentiram mais a queda. Apenas as multinacionais de celulose e papel apresentaram recuo menor que a média da indústria nacional.
Entre 2016 e 2019, quando as vendas das multinacionais apresentaram leve reação, o desempenho das empresas brasileiras com inserção internacional voltou a ser superior à média. Apenas no setor de alimentos e bebidas as exportações cresceram menos que a média da indústria nacional, mas a diferença foi quase nula: 1,2% contra 1,3% de aumento ao ano, respectivamente.
Na maior parte do período analisado, as multinacionais brasileiras tiveram desempenho melhor que a dos demais tipos de indústrias. Entre 2001 e 2008, enquanto as vendas externas das multinacionais subiram 18,8% ao ano, as das empresas restantes cresceram 17,4% ao ano. Entre 2008 e 2013, essas taxas somaram 4% e 2,2% ao ano, respectivamente.
Entre 2016 e 2019, enquanto as exportações das multinacionais aumentaram 0,4% ao ano, as da totalidade das indústrias de transformação caíram 3,2% ao ano. Somente de 2013 a 2016, as multinacionais tiveram desempenho pior. As exportações nesses grupos de empresas caíram 6,9% e 6,5% ao ano, respectivamente.
Para a CNI, a existência de políticas públicas e de um ambiente de negócios que favorecem a inserção internacional de empresas brasileiras é essencial para fazer frente à crise econômica e para recuperar as exportações de manufaturados do país. Entre as medidas defendidas pela entidade, estão a isonomia da tributação e dos lucros no exterior.
“O Brasil é o único país que tributa o lucro [de uma empresa brasileira] em outro país. Isso vai na contramão da recomendação da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.
Para Abijaodi, a internacionalização de uma empresa brasileira beneficia não apenas a própria companhia, mas a economia como um todo, porque uma indústria que compete no exterior investe mais em inovação e em melhoria da produtividade.
Com informações da Agência Brasil - EBC - Por Wellton Máximo – Repórter
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