Governo estima um valor de R$ 67 bilhões com a privatização da Eletrobras; TCU ainda analisará nova etapa, mas o que não impede a venda da estatal
Jean Albuquerque | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 15/02/2022, às 20h49
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta terça-feira (15) a primeira fase do processo de privatização da Eletrobras. O órgão federal que fiscaliza as contas da união ainda precisará analisar outro processo, mas os termos que foram aprovados pelo tribunal, já autoriza a privatização da estatal. O Governo quer realizar a operação até maio.
O não impedimento da privatização da estatal com a nova avaliação do TCU tranquiliza integrantes do Ministério da Economia e do Ministério de Minas e Energia. A aprovação aconteceu por maioria dos votos dos ministros, sendo 6 votos a favor da posição do governo e uma contrária. Votaram no processo sete ministros, mesmo o órgão composto por nove ministros.
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O governo estima um valor de R$ 67 bilhões com a privatização da Eletrobras. Desse montante, R$ 25,3 bilhões serão pagos pela Eletrobras ao Tesouro Nacional por outorgas das usinas hidrelétricas que terão contratos alterados. Já os R$ 32 bilhões serão destinados para diminuir as contas de luz a partir do próximo ano com o fundo do setor elétrico, a Conta de Desenvolvimento Energética (CDE).
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Os outros R$ 2,9 bilhões serão destinados para a compra de combustíveis no intuito de conseguir gerar energia na região Norte do país, onde temos algumas cidades ainda não vinculadas ao sistema nacional de energia. A sobra dessa quantia será destinada a revitalização de bacias hidrográficas do Rio São Francisco, dos rios de Minas Gerais e Goiás, bem como a geração de energia na Amazônia.
A privatização da estatal considerada como a maior empresa de energia da América Latina ainda depende do TCU para seguir adiante. O governo prevê que a operação da venda possa ser feita até o mês de maio. A segunda etapa do processo trata do formato da capitalização e ainda será apreciada pelo órgão. A Corte decidiu separar as fases mediante alta complexidade da operação.
Com a privatização, a companhia irá se transformar em uma corporação, tendo ações ofertadas para o mercado financeiro. A oferta de ações não será acompanhada pelo governo, a participação será de menos de 50% e perde o controle das empresas.
As federações, deputados e a sociedade civil têm alertado para os prejuízos com a privatização da Eletrobras. A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU-CUT) alertou para a venda da estatal. “A venda da Eletrobras vai intensificar a crise e desmantelar a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a única que pode manter o sistema estável, garantindo segurança energética para a população brasileira”.
Nas redes sociais, deputados e a sociedade civil têm se manifestado contra a decisão pela privatização da estatal. Foi criada uma hashtag #TCUanuleFraudeEletrobras pedindo a anulação da medida.
É inconcebível que aceitemos a entrega do controle do sistema elétrico brasileiro. Essa privatização da Eletrobrás tocada por Bolsonaro e Guedes fere a soberania, aumenta a conta de luz e se trata de uma fraude bilionária segundo o próprio TCU.#TCUanuleFraudeEletrobras
— Glauber Braga (@Glauber_Braga) February 15, 2022
TCU pode impedir o maior absurdo da nossa história, a venda da Eletrobras. Governo Bolsonaro segue desmontando o patrimônio do povo e quer vender uma estatal estratégica. A privatização vai fazer o preço da energia subir e a qualidade do serviço cair. #TCUanuleFraudeEletrobraspic.twitter.com/xiMQnrhjQu
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 15, 2022
A privatização da Eletrobras é a cloroquina do setor elétrico. Porque não cura e pode atar o setor com tarifaço e apagão. #TCUAnuleFraudeEletrobras
— Pedro Uczai (@uczai) February 15, 2022
O manejo das águas, nossas baterias, as grandes caixas d’água, os nossos reservatórios. O estado controla enquanto a Eletrobras for pública. A privatização será o caos! #TCUanuleFraudeEletrobras
— Alexandro Pazos (@acpazos) February 15, 2022
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