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Apesar da promessa de Bolsonaro, novo orçamento de 2022 não prevê reajuste salarial de servidores; Entenda

A PEC dos Precatórios deve liberar mais de R$ 100 bilhões do orçamento, mas mesmo assim um reajuste salarial de servidores não foi incluso

Bolsonaro promente reajuste salarial para servidores, mas orçamento não foi liberado
Bolsonaro promente reajuste salarial para servidores, mas orçamento não foi liberado - Marcos Correa/PR

Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 10/12/2021, às 12h01

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Na noite da última quinta-feira (10), o ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou um ofício para o relator-geral do Orçamento de 2022, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que reestima dos gastos do próximo ano devido a mudanças do cenário econômico e a promulgação da PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda à Constituição), que limita o pagamento de dívidas julgadas na justiça e alteração no teto de gastos. 

A PEC  dos Precatórios deve liberar R$ 108,44 bilhões, em que a maioria dos recursos, cerca de R$ 90,5 bilhões, serão utilizados para o pagamento do novo Auxílio Brasil, com um valor médio de R$ 400. Embora o orçamento tenha esse acréscimo, ele não indica uma parte para um aumento salarial para os servidores federais.

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu um reajuste salarial para os servidores, durante a sua visita oficial ao Bahrein. "A inflação chegou a dois dígitos. Conversei com o Paulo Guedes, e em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles [servidores] merecem, mas é o que nós podemos dar", afirmou o presidente na época.

Mesmo com a promessa, diversos agentes políticos divergiam do presidente. O deputado Hugo Leal disse, em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que o orçamento não tinha espaço suficiente para conceder um reajuste para os servidores. Inclusive, o parlamentar carioca destaca que o governo não se articulou internamente para aumentar deles.

Apesar da falta de iniciativa da equipe econômica de conceder um reajuste salarial com a PEC dos Precatórios, na última quarta-feira (08), Bolsonaro voltou a defender um aumento para os servidores. "Teria [que ser um reajuste de] 3%, 4%, 5%, 2%... Que seja 1%. Essa é a ideia. Porque nós estamos completando no meu governo três anos sem reajuste. Agora, o reajuste não é para recompor toda a inflação, porque não temos espaço para isso", afirmou o presidente em entrevista à Gazeta do Povo. 

O chefe do Executivo brasileiro utilizou a iniciativa do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que irá conceder um reajuste de 10% para todos os servidores estaduais, para justificar um aumento salarial. "Eu falei com o Guedes na possibilidade de dar um reajuste. Que reajuste é esse? Eu já via lá o governador do Rio já anunciou 10% [de aumento salarial] pros servidores. Politicamente, é bacana, né? Tem eleição no ano que vem. O servidor [em] grande parte merece isso. Agora, do nosso lado aqui, [o reajuste] não chegaria a isso.”

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