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Guedes admite mudanças na reforma administrativa para ser aprovada

Uma das alterações da reforma administrativa que Paulo Guedes afirma concordar é a diminuição de cargos comissionados, que são feitas com base de indicações políticas

O relator da PEC da Reforma Administrativa, Arthur Oliveira Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes
O relator da PEC da Reforma Administrativa, Arthur Oliveira Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Redação
Publicado em 08/07/2021, às 09h53

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o convidado da comissão especial da reforma administrativa, realizada na última quarta-feira (07). Guedes admitiu que a Câmara deve fazer as alterações necessárias no texto para a aprovação da PEC 32/2020 (Proposta de Emenda à Constituição). Vale destacar que ontem foi o último dia para a apresentação de emendas parlamentares à proposta original do governo federal.

Uma das mudanças sugeridas pelo relator da reforma administrativa, o deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), é quanto à adoção do conceito de carreiras exclusivas de Estado, em vez da expressão “típicas de Estado”. Guedes lembrou que existem cerca de 270 carreiras no serviço público e citou algumas que considera exclusivas. “Embaixador, membros das Forças Armadas, do Judiciário e do Legislativo: são Poderes ou carreiras típicas. E, mais do que típicas, exclusivas. Então, são realmente especiais e, por isso, temos que garantir que os serviços também sejam de alta qualidade. Nós não mandamos [o texto] dizendo que é a carreira A ou B: isso vai ser definido pelo próprio Congresso”, explicou.

Ao relatar que “não há dogmatismo” do governo quanto à reforma, Guedes também declarou que concorda com a retirada de artigos que levem à ampliação dos cargos comissionados no serviço público. 

Oliveira Maia justificou a mudança em relação aos cargos comissionados: “As pessoas, muitas vezes, ficam fazendo analogias com casos que acontecem na política brasileira, em que A ou B faz indicações de cargo de confiança para malversar com o dinheiro público: isso aqui realmente é um ponto que estará fora do nosso relatório”, explica.

Em quase cinco horas de debates, o ministro da Economia negou a intenção de fragilizar o serviço público e garantiu que não se referia aos servidores quando usou expressões como “granada no bolso” e “parasitas”. Além disso, ele afirmou que o governo tem um “pacto pela preservação dos direitos adquiridos” dos atuais servidores, porém com foco na adoção de novas tecnologias para, conforme Guedes, modernizar e melhorar a qualidade dos serviços.

“A minha visão era de uma reforma realmente radical, mas, quando você chega aqui, você vai ver que é um mundo que tem suas regras e ordenamentos. Então, você começa a compreender que não precisa mexer no passado. É recalibrar o futuro: então, se você botar tecnologia, o número de atendimentos vai aumentar muito e o salário pode ser maior porque a produtividade está maior”, apontou.

Paulo Guedes disse que concorda com a estabilidade, pois ela dá segurança na atuação do servidor público, no entanto defendeu que padrões específicos de avaliação para cada carreira. “Nós garantimos a estabilidade de todo o funcionalismo que existe hoje, mas queremos construir, em cima dessa base, um regime ainda melhor. Agora, não basta o jovem fazer o concurso e, no dia seguinte, ter a estabilidade. Ele vai ser avaliado e, então, cada carreira exclusiva de Estado vai dizer o método de avaliação. E aí vamos redesenhar essa carreira exclusiva de Estado.”

*trechos com reprodução da Agência Câmara de Notícias

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